« Rewind
Para mim existem dois tipos de pessoas...aquelas que procuram, que lutam, que investem, que caem, que levantam, que choram, que conseguem, e as outras que simplesmente se limitam a andar a reboque das descobertas dos outros. Sempre admirei aqueles que vivem com a palavra descoberta no horizonte. É preciso sempre alguém para abrir caminho para algo...tudo o resto vem depois. Teve de haver um primeiro alpinista a querer chegar ao cume do Evereste, teve que existir alguém que morresse a tentar voar para que os seus seguidores conseguissem chegar ao primeiro engenho voador. Mas para que a ideia de desafio se apresente na cabeça do homem tem, antes de mais, de haver a constatação fisica do objecto ou elemento a desafiar...se não existisse o Evereste nunca ninguém tinha tido a intenção de escalá-lo. Pode parecer uma observação estupida, mas é pertinente.
Nos desportos de ondas, em geral, e no bodyboard, em particular, acontece exactamente o mesmo... há aqueles que trocam horas de sono, dinheiro em combustível ou carinhos de uma mulher bonita pelo prazer da (re)descoberta, e os que se limitam a ficar à espera que as descobertas dos outros se tornem conhecidas para sairem da mesa do café. Como disse Fernando Pessoa “sou do tamanho daquilo que vejo, não do tamanho da minha altura”. Eu tenho o prazer de pertencer a um grupo que de amigos que são enormes naquilo que vêm, porque todas as ondas que agora são moda aqui pela terrinha, ja eram desbravadas por eles há vários anos, só depois veio o crowd, a arrogância....
» Fast-forward
Naquela dança do despe-roupa, veste-fato, alguém disse: “epá...olha ali?”. De longe era dificil avaliar bem a onda, mas um “eu vou” de um lado e um “bora lá” do outro ditaram o local da surfada. Era um sitio improvavel...ondas boas? Ali? Depois disso já só me lembro de, depois de apanhar a primeira e quando regressava ao outside, ver o max e o cartaxo dentro de dois tubos azul-turquesa! As ondas, essas, estão sempre lá...mas como este é um desporto em expansão, também a nossa forma de as ver se vai alterando. Sorte as daqueles que têm “visão” para isso. E como tudo o que é descoberto tem de ter um nome...minhas senhores e meus senhores apresento-vos... MAXIMUS (adivinhem porque se chama assim?) :o)
Peço desculpa pela qualidade das fotos não ser nem parecida com as do mestre Chagas, mas fica a intenção...neste dia elas rolavam com metro/metro e meio.
P.S. : Para os que ficam sentados á espera que as ondas venham..podem subir falésias, descer arribas, andar pela praia, vasculhar lages..que não vão descobrir onde é!